quarta-feira, 27 de março de 2013

Agora

Passo por momentos na vida em que preciso de acreditar, muito, e encontro consolo em frases batidas ou até na tradição oral popular: "não há mal que sempre dure".
Há pouco tempo ao ver o filme Moonrise Kingdom fixei a frase: "no fim tudo ficará bem, se ainda não está tudo bem é porque ainda não é o fim."

Realisticamente o que é que isto quer dizer?
Estou a morrer à fome, vai ficar tudo bem quando deixar de sofrer porque não como, não bebo, acabo por morrer e aí tudo fica bem!

Estou doente, uma doença para a qual não existe a cura, estou a sofrer, acabo por morrer, aí tudo ficou bem porque cheguei ao fim.

Percebi! A consciência de algo que nos causa sofrimento, a ausência de bens essenciais ou outras situações extremas podem ser coisas boas porque têm um fim. Porque eventualmente irão acabar.

Esta é uma verdade crua, mas verdadeira, quando se acabar, acabou, e também é um fim!

Porém, "ficar bem" devia ser mais do que isso, devia ser a oportunidade de se estar como se deseja, de ter saúde para usufruir a vida. De contemplar o belo, de agradecer pequenas e grandes dádivas apresentem-se elas de que maneiras queiram. "Ficar bem" devia ser um estado de concretização.

Ficar bem porque se esgotaram as possibilidades e a vida, não é ficar bem, na minha opinião, é finalmente o descanso.
Não sei se tidas as pessoas tem a mesma necessidade, que eu, de acreditar na bondade da vida. Não sei se serão crentes em si e no seu futuro, eu sei que já fui mais, com a idade e com os acontecimentos da vida acredita-se menos e desconfia-se mais.
Esta forma de estar e sentir incomoda-me e também não me defende porque continuo a criar expectativas.
Tento lidar com aquilo que acontece com o que tenho à minha frente. E vejo a  escrita como uma forma de desabafo.  

Neste momento estou triste! Triste com o País, com as pessoas no geral e comigo em particular.
E acredito que esta tristeza faz parte do caminho para chegar a algum lado, a um equilíbrio e por agora queria acreditar mais e desconfiar menos...

sexta-feira, 22 de março de 2013

O que é que de pior pode acontecer?


Ei tu!
Sim tu!
Acorda!
A vida está a passar do que estás à espera?
Saí do teu conforto, não deixes que esse comando controle o teu querer.
Não vais para mais novo, não tenhas medo, transforma o que resta da tua vida.
Pensa e reflete sobre a direção que queres tomar.
Que mudarias na tua vida?
Porque não o fazes?
Transforma se achares que precisas.
Melhora se tudo estiver bem como está.
Exige porque também te é exigido, mas respeita e ama.
Não prendas ninguém e não te deixes prender e perder por mesquinhices.
Vive para que a tua vida faça sentido, inspira os outros a serem melhores.
Não fiques só, a solidão desespera, cria laços, não tenhas medo.

Aprende com a desilusão e com as impossibilidades.

Observa o que te rodeia e aprecia, sinceramente, as pequenas coisas que parecem ser o melhor que pode acontecer.

Quando o dia tiver passado, outro dia virá e esse dia será uma nova oportunidade para despertar!

Tenta enquanto a vida acontece!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Carta a um amigo!


É difícil tomar uma decisão destas, uma que nos expõe tanto, mas é um ato de coragem e também uma mensagem que estamos no limite.
No limite do quê? Este tempo irá servir para descobrires a resposta a esta pergunta.
 
Descansa, tira tempo para ti e para pensares o que queres da vida, de ti, pensa que o mundo não muda, e apesar de ser muito difícil tu podes mudar, tens que mudar para teu bem. (Eu já aprendi isso e agora tento aplicar esse ensinamento, um dia melhor, outro dia com recaídas)
A vida tem que ser vivida, e isto tem que ser mais que um cliché, tem que ser real.
Pergunto-me se hoje morresse qual seria o saldo?
Se hoje morresse o que teria deixado?

Hoje não é o dia, como diz Woody Allen: “Não tenho medo da morte, mas quando acontecer não quero estar por perto.” Hoje é o dia de pensar o que fazer enquanto a vida acontece. Hoje é o dia de dar a volta, dentro de nós, de dar importância ao que realmente importa!

O que é que realmente importa? Depende, mas este tempo também irá servir para isso.
Servirá também para ficares bem para aqueles que realmente importam.
Caminho e quero muito que tu também entres nesse caminho, o da liberdade!
Quando soltarmos as CORRENTES que nos prendem, quando formos capazes de fazer valer o nosso NÃO e o nosso SIM e nos sentirmos felizes e tranquilas porque o fizemos, é porque dentro de nós somos livres, somos felizes!

Ao tempo para aprender a viver melhor connosco e com os outros, a este caminho pela liberdade, brindo a este tempo e anseio por este dia primeiro.
Dia primeiro!

terça-feira, 19 de março de 2013

E DEPOIS DA MORTE?

- Experiência 2: A morte segundo a 7ª arte.
Morri e agora?
Já encontrei a luz branca (feito), atravessei o túnel de paredes brancas (feito) e agora tento perceber onde estou. Senhor com chaves? Senhor com tridente? Ou sem senhor? (Oh Senhor, onde estás?)
Clichés?!
Pensar a morte depois de assistir a alguns filmes ou séries deixam-nos mais confortáveis. Por exemplo o filme Linha Mortal alerta para o cuidado a ter quando se brinca com a morte, especialmente, deve-se ter em atenção o tempo que se demora para reanimar um corpo, às vezes é por uma questão de segundos que tudo pode correr mal!
 
Aquelas séries com médiuns ou pessoas com o dom de falar com os mortos também tranquilizam muito porque mostram que se alguma coisa relacionada com uma morte não estiver bem resolvida existe sempre a oportunidade de se resolver tudo, mesmo depois da morte, porque os espíritos dos mortos andarão por aqui, até que tudo se resolva. Isto passa cá uma daquelas  tranquilidades!
Existem sempre pendentes e ninguém quer pensar numa insónia eterna só porque não se fez ou não se disse qualquer coisa.
 
Entre a 6ª e a 7ª arte também o consolo chega através de Woody Allen, escreve e através dos seus filmes, conseguimos perceber a importância daquilo que às vezes fica para resolver entre mortos e vivos. Existem avisos tão grandiosos que os mortos acompanham-nos nem que seja para dizer que aquelas meias não ficam bem com aquele fato. Alguém tinha que o fazer…
Se ainda restassem dúvidas sobre como identificar mortos, mortos-vivos ou outras criaturas sobrenaturais a vida seria assustadora. Viveríamos num mundo cheio de desconfianças, possivelmente seríamos obrigados a cometer vários homicídios só para ter a certeza que as pessoas estavam vivas, sem qualquer tipo de prazer nisso…
Para aqueles cujas dúvidas persistem aqui vão algumas dicas para identificar: a) propor uma corrida e faz-se com que a pessoa em questão vá contra uma parede, se ela a atravessar é porque está morta, senão atravessar chama-se um médico para tratar do hematoma; b) usar decotes que deixem a zona do pescoço bem visível; c) convite para sair de dia; d)verificar se o coxear, cabeça tombada e/ou olhos verdes, vermelhos, dentes aguçados têm uma explicação na medicina e na vida.
Tudo isto parece ser muito cansativo, dá para perceber que essa coisa do descanso eterno é uma grande treta, assim o melhor é mantermo-nos vivos. Que morrer seja a última coisa que se faça!