segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Continuo sem perceber...

Basta do apelo: "coitados deles" ou “tem pena deles”
(deles- aqueles que fazem mal, a outros, através de comportamentos e palavras)
“Possivelmente nem se apercebem que estão a fazer mal?”, ou “que sofrimento o deles…”

 Acrescenta-se a isto, mas “porque é que o mal dos outros te incomoda, já sabes como eles são?”; “ mas porque é que isso afeta?”; “eles não merecem que fiques assim”, ou “deixa lá, o que é que isso importa?”

 Importa, incomoda e afeta, bem, deixa cá ver, se calhar porque somos o seu alvo.

Então, supostamente a pessoa que se deixa incomodar é que tem um problema porque considera o que é feito ou dito. “OS OUTROS”, esses não fazem mal, porque são uns coitados, nem tem capacidade para serem melhores, e o “EU” atingido falha porque não é perfeito, porque se o fosse, se não tivesse uma história passada, a maldade seria indiferente.
 
Já não chegava o sofrimento por se ser vítima da maldade, como também se é culpado por ficar magoado.

 Estranho este mundo!

Exagerando, às vezes parece que estou a ficar louca é como se pedisse a um escravo para se culpar por não ser livre.

“Porque sofres escravo? Porque é que essas correntes te afetam? Quem te colocou essas correntes, quem se diz teu dono é alguém perturbado, tem pena dele. Esquece o teu sofrimento porque o sofrimento desse “OUTRO” é bem pior. “
No fundo tu mereces estar nessa situação porque os teus pais não souberam fazer de ti um príncipe.
E, se calhar não foi intencional, nem pessoal…

Parece que o livre arbítrio funciona para umas decisões, não para outras…
Se há duas formas de fazer as coisas – a bem ou a mal- porque se escolhe fazer a mal?