quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Procura-se manual de instruções...

Ouvi alguém dizer que tinha desejado não a tradicional “boa sorte”, mas sim “espero que tenha algum azar”, assustador ou curioso?
Ele explicou por suas palavras que eu interpretei como a necessidade de passar por (“nódoas difíceis”, ou experiências passadas) mágoas da vida de forma a amadurecer, para conseguirmos no futuro valorizar e empenharmos-nos pelo que realmente é importante. Como se de um jogo se tratasse, depois de algum sofrimento ultrapassado, a recompensa estaria na passagem para o nível seguinte, tipo obstáculo superado.
Pergunto-me se todos nós teremos capacidade de perceber essa mágoa e de ultrapassar o obstáculo? E se essa mágoa se tornar numa zanga, ou se camuflarmos de outros e de nós próprios que não conseguimos aceitar? Seremos fracos? 
Claro que 12 minutos de conversa não permitem abordar as diversas formas de viver os acontecimentos da vida.
Mas algo que penso constantemente sobre a idade e o passar dos anos é que vai fazendo parte perder. Perder pessoas, sonhos, energia, paciência, etc… O tempo acaba por transformar a vida de cada um de nós, transforma-nos fisicamente e emocionalmente.
Ganha-se e perde-se a voz conforme as situações e as pessoas.
Há qualquer coisa da vida que nos atraí mais a ela com o passar do tempo, uma exigência, uma atribuição superior ao “valer a pena” e uma frustração enorme por não conseguir viver mais plenamente e intensamente o que se quer e precisa naquele momento.

O ganhar a maturidade, encaminha-nos para o túnel sem saída ou para a luz?
Para as possibilidades e oportunidades ou para a desilusão, apatia e frustração?
Cada um responderá de forma diferente à questão, mas “passar níveis” tem qualquer coisa de revelador que nos leva ao fim do jogo, e isso será assustador ou curioso?