Ouvi
alguém dizer que tinha desejado não a tradicional “boa sorte”, mas sim “espero
que tenha algum azar”, assustador ou curioso?
Ele explicou por suas palavras que eu interpretei como a necessidade
de passar por (“nódoas difíceis”, ou experiências passadas) mágoas da vida de
forma a amadurecer, para conseguirmos no futuro valorizar e empenharmos-nos pelo
que realmente é importante. Como se de um jogo se tratasse, depois de algum sofrimento
ultrapassado, a recompensa estaria na passagem para o nível seguinte, tipo
obstáculo superado.
Pergunto-me
se todos nós teremos capacidade de perceber essa mágoa e de ultrapassar o
obstáculo? E se essa mágoa se tornar numa zanga, ou se camuflarmos de outros e
de nós próprios que não conseguimos aceitar? Seremos fracos?
Claro
que 12 minutos de conversa não permitem abordar as diversas formas de viver os
acontecimentos da vida.
Mas
algo que penso constantemente sobre a idade e o passar dos anos é que vai
fazendo parte perder. Perder pessoas, sonhos, energia, paciência, etc… O tempo
acaba por transformar a vida de cada um de nós, transforma-nos fisicamente e emocionalmente.
Ganha-se
e perde-se a voz conforme as situações e as pessoas.
Há qualquer
coisa da vida que nos atraí mais a ela com o passar do tempo, uma exigência, uma
atribuição superior ao “valer a pena” e uma frustração enorme por não conseguir
viver mais plenamente e intensamente o que se quer e precisa naquele momento.
O
ganhar a maturidade, encaminha-nos para o túnel sem saída ou para a luz?
Para
as possibilidades e oportunidades ou para a desilusão, apatia e frustração?
Cada
um responderá de forma diferente à questão, mas “passar níveis” tem qualquer
coisa de revelador que nos leva ao fim do jogo, e isso será assustador ou
curioso?