Podia ser mais um filme onde o protagonista é
esse enorme, e elegante herói humano, James Bond, mas não, é somente uma
partilha. Uma experiência de vida que pretensiosamente quero que retenham para
não perderem tempo nisto que chamo “a vida a acontecer”. Não precisam de
repetir os mesmos erros, p.f., passem à frente este.
Ora bem, se há coisa que gosto é de exagerar.
O exagero caracteriza-me, tenho esta enorme veia dramática.
Na “flor” da juventude chamava-lhe “alma
gótica”, dava-me algum estatuto, agora que já me considero uma antiguidade sinto
que nunca passou de uma “mania”, mas é a minha mania.
E quando afirmava algo, acreditava que essa
afirmação era a minha verdade. E era. Só que não há verdades absolutas e isto é
o tenho vindo a aprender.
Assim, quando dizia “Ginásio, eu? NUNCA!”, “Correr? Odeio correr!”, estava equivocada. Nada como
experimentar.
Não, não gosto de Ginásio. Sim, sinto-me um
peixe num aquário, mas tento ver o potencial desta oportunidade. Já reaprendi a
correr e percebi porque é que não gostava de correr. Nunca soube onde colocar
as mãos. Actualmente, continuo sem saber onde colocar as mãos. Mas, é com piada
que dobro os braços, e deixo os cotovelos marcarem o ritmo da dança, desculpem
da corrida. Sou novata nestas andanças e faço confusão entre a dança e a
corrida. Estou a ouvir música e imagino que estou a dançar, dançar até a música
acabar. Mas afinal estava mesmo a correr. E apesar de tudo isto, estou a dar
oportunidade a uma relação com um ginásio.
Desenganem-se porque não faço mais de 10
minutos de corrida, mas sabe bem continuar a aprender gostar de coisas, e a
conhecer-me. Um destes dias, ganho coragem, vou a um restaurante comer favas.
Quem sabe até gosto?!
Isto de ainda não conhecer tudo o que somos é
demasiado grandioso. Fico estupefacta com ideia do potencial desta relação. Ainda
falta tanto para descobrir.
E mesmo que daqui a um mês venha dizer “Odeio
ginásios!”. “Onde é que estava com a cabeça?” Sei que terei uma razão para
sentir isso.
Neste momento sinto que o “NUNCA” é demasiado
definitivo para uma vida tão cheia de incertezas.
Assim, quando me pedirem uma opinião sobre
algo visceral vou tentar ser o mais objectiva possível e responder algo como: “Não
digo NUNCA, mas ainda não é o momento de dizer sim. Podemos falar sobre isso
daqui a 40 anos? É muito cedo para filiar-me no PCTP/MRPP”.
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#arcadefire