quinta-feira, 23 de maio de 2013

Eventualmente...

Todos os dias e cada dia pensa-se que se pode fazer diferente ou espera-se que alguém faça diferente.

Quando alguém faz diferente, desconfia-se, alguma coisa se passa, “o que é que isto vai custar?”
Por vezes acredita-se na mudança e cedo se descobre de que se trata de mais do mesmo.

Mudar o que incomoda, como todos corroboram, é impossível. O mais fácil é mudar-se a si próprio, para que aquilo que incomode deixe de ter importância. O mais fácil diz-se, que de fácil não tem nada.

Aceitar o que não pode ser mudado, exige um espírito de infindável bondade, de resiliência, de perseverança sobrenaturais.
E somos só humanos.

Eventualmente existem dias que correm melhor.
Às vezes parece ser necessário aplicar uma autoavaliação regularmente, será que as falhas estão só do outro lado?

Descobre-se que o “nosso eu” também faz parte do processo, umas vezes porque não é de virtuosidade que se trata, mas sim de vaidade, não de injustiça, mas de ciúme, não de amizade, mas de abuso, não de amor, mas de medo.
Talvez indo ao fundo da questão consiga-se perceber o porque de tantas coisas, eventualmente pode levar uma vida inteira, mas no fim conheceremos a nossa verdade.

No fim será que essa verdade nos fará bem, nos fará mudar para sempre ou por momentos?
Espera-se muito do futuro, e desta vida, de alguma justiça visível quando o que se devia querer era a paz. Paz dentro e perto de nós.

Eventualmente a realidade precisa de ser aceite tal como ela é.
Contudo, aceitar as coisas como elas são não deveria "saber" a derrota...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Objectivo 7


Um dos meus objectivos para 2013 é andar/caminhar, por mais de uma hora.

O ideal seriam 3 caminhadas por semana, cada uma com uma hora, vou tentar fazer duas, e se por acaso conseguir as 3 será ouro sobre azul. Por sua vez as duas caminhadas, por semana, significam objectivo superado.

Na minha opinião, a caminhada é um excelente exercício, não só físico, mas mental. De fones nos ouvidos, munida de música, posso imaginar os diálogos que saem da boca das pessoas que passam junto a mim, e nada do que elas dizem importa porque não as oiço. A música distrai-me, ajuda-me a cumprimentar o dia/a semana e a pensar que no fim “tudo irá ficar bem”.

Observo jovens vestidos com o traje académico, negro, de cabeça baixa como se rezassem, não acredito que seja uma praxe, deve certamente ser o desespero de pensar no futuro, o que os faz baixar a cabeça e pedir um futuro melhor, um futuro…

Vejo bicicletas, muitas bicicletas, e nelas ora senhores de fato e gravata, ora de fato-de-treino, mães com filhos em cadeiras, miúdas com mochilas no cesto da frente, pessoas com diferentes destinos, mas com o mesmo meio para atingir esse destino … dá-me gozo ver esta forma de deslocação tão saudável.

Nos meus ouvidos, a música que começa em determinado momento é mais ritmada, os pensamentos acelerados, ao som da música, levam-me a uma aula de hip-hop a uma discoteca de rock, e o que mais apetece é que naquele momento a vida vire um musical e todos em redor comecem a dançar, mas isso só acontece na minha cabeça e por detrás dos écrans…

Outra parte de mim aprende com a caminhada, uns passos mais rápidos, outros mais lentos, o tempo que passa e o destino que parece ainda tão longe. Como na vida umas vezes pequenos passos, outras vezes largos passos, e lá conseguimos chegar. Há que aprender a respeitar, respeitar o tempo do nosso corpo, o tempo que precisamos para lá chegar. No entanto, às vezes a calçada, os sinais vermelhos, as obras intermináveis, as regas dos jardins, e tantas outras coisas, são obstáculos e desvios que nos fazem parar, recuar, tomar outro caminho ou até mesmo ter que saltar para conseguir passar mais uma etapa.

Enquanto caminhava pensava que brilhante ideia foi esta de vir de sandálias…

Às vezes somos nós que tornamos o caminho mais sinuoso, e lá está a caminhada, o pensarmos na vida, naquilo que é importante, e no nosso papel fazem tanta falta, como a escolha do calçado, do caminho, da carga, do tempo, da roupa, e tantas outras coisas, bem mais importantes que os acessórios.

E a pergunta que me fica na cabeça é: “o que é que escolho "carregar" durante a caminhada?”