Um
dos meus objectivos para 2013 é andar/caminhar, por mais de uma hora.
O
ideal seriam 3 caminhadas por semana, cada uma com uma hora, vou tentar fazer
duas, e se por acaso conseguir as 3 será ouro sobre azul. Por sua vez as duas
caminhadas, por semana, significam objectivo superado.
Na
minha opinião, a caminhada é um excelente exercício, não só físico, mas mental.
De fones nos ouvidos, munida de música, posso imaginar os diálogos que saem da
boca das pessoas que passam junto a mim, e nada do que elas dizem importa
porque não as oiço. A música distrai-me, ajuda-me a cumprimentar o dia/a semana
e a pensar que no fim “tudo irá ficar bem”.
Observo
jovens vestidos com o traje académico, negro, de cabeça baixa como se rezassem,
não acredito que seja uma praxe, deve certamente ser o desespero de pensar no
futuro, o que os faz baixar a cabeça e pedir um futuro melhor, um futuro…
Vejo
bicicletas, muitas bicicletas, e nelas ora senhores de fato e gravata, ora de
fato-de-treino, mães com filhos em cadeiras, miúdas com mochilas no cesto da
frente, pessoas com diferentes destinos, mas com o mesmo meio para atingir esse
destino … dá-me gozo ver esta forma de deslocação tão saudável.
Nos
meus ouvidos, a música que começa em determinado momento é mais ritmada, os
pensamentos acelerados, ao som da música, levam-me a uma aula de hip-hop a uma
discoteca de rock, e o que mais apetece é que naquele momento a vida vire um
musical e todos em redor comecem a dançar, mas isso só acontece na minha cabeça
e por detrás dos écrans…
Outra
parte de mim aprende com a caminhada, uns passos mais rápidos, outros mais
lentos, o tempo que passa e o destino que parece ainda tão longe. Como na vida
umas vezes pequenos passos, outras vezes largos passos, e lá conseguimos chegar.
Há que aprender a respeitar, respeitar o tempo do nosso corpo, o tempo que
precisamos para lá chegar. No entanto, às vezes a calçada, os sinais vermelhos,
as obras intermináveis, as regas dos jardins, e tantas outras coisas, são
obstáculos e desvios que nos fazem parar, recuar, tomar outro caminho ou até
mesmo ter que saltar para conseguir passar mais uma etapa.
Enquanto
caminhava pensava que brilhante ideia foi esta de vir de sandálias…
Às vezes
somos nós que tornamos o caminho mais sinuoso, e lá está a caminhada, o
pensarmos na vida, naquilo que é importante, e no nosso papel fazem tanta falta,
como a escolha do calçado, do caminho, da carga, do tempo, da roupa, e tantas
outras coisas, bem mais importantes que os acessórios.
E a
pergunta que me fica na cabeça é: “o que é que escolho "carregar" durante a
caminhada?”
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