terça-feira, 11 de março de 2014

Aprendendo a ler os sinais…

Quando tirei a carta de condução não tinha carro para andar, pelo menos um carro que fosse só meu, mas o meu pai emprestava-me o dele. O primeiro que ele emprestou foi um Fiat, não sei que modelo, um Fiat branco que parava a andar. Tenho uma mão cheia de histórias sobre este carro para contar e não sei como não fiquei traumatizada e continuei a conduzir.

Depois ele teve um Renault, o melhor carro para se conduzir, ainda hoje penso nesse carro e em como ele me dizia não, em como ele me ensinou a conduzir. Se queria passar de uma terceira para uma primeira (sim, não percebo nada disto) a mudança simplesmente não entrava e foi assim que aprendi a fazer reduções com a caixa de velocidades de um carro. Se a mudança não entrava, nem à força, porque insistir? Porquê forçar?
Quantas vezes no trabalho a fotocopiadora diz que o papel está encravado na porta X e eu abro e fecho a porta X e espreito e mexo e remexo e nada, uma e duas e três vezes, quase até desistir, e num determinado momento, de grande teimosia, que invisto mais uma vez para resolver a avaria e lá descubro a folha escondida ou uma alavanca mal puxada. Afinal a máquina tinha razão, quando parecia que o universo estava contra mim. Como estes exemplos há tantos outros, com outros eletrodomésticos, ou objetos.
A mais recente dica para ler os sinais, ou interpretar as mensagens de erro que surgem em diversas circunstâncias foi com os óculos de sol. Descobri que os óculos de sol estavam a dar-me uma lição. Se baixava a cabeça, que é o meu hábito, os óculos caíam, mais rapidamente que outros quaisquer que use, mas se andar de cabeça levantada os óculos mantém-se no cimo do meu nariz.
É preciso chegar a este ponto para perceber que está na altura de erguer a cabeça, endireitar as costas e caminhar firme porque são preciso poucos acessórios na vida, mas aqueles que levarmos têm que ser os certos e de forma acertada.
Aqui estou eu a aprender a ler sinais com objetos, utensílios ou coisas sem vida, se calhar porque a função para que foram criados, a de preencher uma necessidade, consegue ultrapassar a área de ação, só precisamos estar atentos e não forçar, nem desistir daquilo que acreditamos, e muito menos baixar a cabeça.
Boa semana!

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