terça-feira, 27 de maio de 2014

Coisas terrenas

Há algum tempo que ando para retomar a escrita aqui neste espaço que elegi para divagar, mas andava absorta em leituras. Dessas leituras recomendo a Banalidade do Mal de Hannah Arendt, senão gostam de ler e apreciam filmes vejam o filme com o nome da autora/filosofa Hannah Arendt.


Consegui surpreender-me com a interpretação dos factos , feita por ela, e por acontecimentos históricos que desconhecia relacionados com o holocausto.
Fiquei presa, desde o início do livro, a uma frase da autora que dizia qualquer coisa como: “ o mal é extremo, nunca é radical , só o bem é radical”.

Ainda bem que fiquei presa, ainda bem que pessoas humanas e carnais falam sobre estas coisas para deixarmos de pensar que só a perfeição de Jesus Cristo, ou de Deus, ou outro qualquer ser superior, ou santo podem conseguir chegar ao patamar do perdão e do bem.
É bom perceber que apesar da humanidade/mundanidade (não sei se esta palavra existe) das pessoas é possível perceber o poder do fazer o bem e o de deixar prevalecer  o mal porque, a meu ver , é uma opção individual e inata ao ser vivo.

Com essa grande diferença o bem e o mal são extremos, opostos, mas só o bem é radical porque só ele pode transformar profundamente pela positiva. 
Acreditar que fazer o bem pode ser a chave para a transformação dos valores vigentes exige coragem porque o bem é comummente confundido por ingenuidade ou ignorância.
E há quem se aproveite, abuse, humilhe porque pensa que o seu pensamento , ou as suas acções são superiores.  Enfurece ver que há sempre quem queira destruir a passividade e a serenidade de alguém que não se deixa afectar por esta maldade. É bom sentir que essa paz de espiríto é verdadeira
Eu tenho a sorte de conhecer alguns exemplos destes.
 
É preciso caminhar muito para perceber que o mal tem que acabar em algum lado, e se foi no meio do bem que decidimos viver, que seja em nós que o mal acabe.

E no meio das coisas terrenas não deixemos que o mal se torne banal, não deixemos de nos incomodar, e lutar pelo bem dentro e à nossa volta.


E cada vez que a tentação nos levar a fazer alguma maldade, que seja uma daquelas bem pequenas, daquelas que não prejudica ninguém, se é que esse tipo de maldadezinha existe ;)))