domingo, 28 de maio de 2017

WTF!!!


Não consigo entender porque raio existem pessoas que gostam de nos lixar a vida! 
E só é pessoal porque é connosco porque, para essas pessoas, é uma forma de estar na vida, de existirem.

E quando essas pessoas têm algum tipo de ascendência sobre nós e às quais não podemos dizer tudo o que pensamos, e da forma exacta que queremos dizer? Que frustração...
Mas ainda bem que assim é porque responder ao mal com mal é perpetuá-lo, e eu quero é sair dele. 

Já tentei vários exercícios para não reter as coisas que são ditas ou para suportar aquela presença indesejada:

1) imaginar essa pessoa nua, mas acabo por resistir por puro medo. Medo que essa imagem me persiga e atormente, especialmente durante a noite, é que para mim as noites são sagradas;  

2) contar até 10, 100 e às vezes o exercício pode se prolongar até o infinito;

3)  fazer listas: de compras, de tarefas, de desejos...

4) ignorar; 

5) passar uma música na cabeça, e quase sempre é The Killers "everything will be alright"; 

6) Relembrar as palavras de Almada Negreiros no manifesto Anti-Dantas, e mudar o nome próprio:  
O XXXX é um cigano!
O XXXX é meio cigano!
O XXXX saberá gramática, saberá sintaxe, saberá medicina, saberá fazer ceias pra cardeais, saberá tudo menos escrever que é a única coisa que ele faz!
O XXXX pesca tanto de poesia que até faz sonetos com ligas de duquesas!
O XXXX é um habilidoso!
O XXXX veste-se mal!
O XXXX usa ceroulas de malha!
O XXXX especula e inocula os concubinos!
O XXXX é XXXX!
O XXXX é Júlio!

Morra o XXXX, morra! Pim!



Estes são os meus truques, que infelizmente não resultam a 100%.Algumas das coisas que são ditas, e a forma como são ditas ecoam na minha mente. Pergunto porque, e repito que não vale a pena. 

Mas quando repasso momentos da minha vida, em que fui visada quer por cobardia, inveja, insegurança ou outro sentimento vil, procuro encontrar um lugar onde o meu interior encontre paz. 
Essa paz só a encontro com distância, distância física. As pessoas e os momentos acabam por cair no esquecimento e fica mais fácil perdoar. 

Não há muita coisa que possa ser dita ou feita quando não gostam de nós, ou quando somos uma pedra no sapato. E sabem como sei isso? Porque também não gosto de algumas pessoas. 
O que me torna diferente dos infelizes que gostam de conflito? 
É que se não gosto afasto-me, ou remeto-me ao silêncio, não desrespeito os outros. 

Assim como gosto de ser livre para ser como sou, respeito que cada um seja como é ou quer ser, a única coisa que crio é distância.  

E esta é a minha verdade. 


Quanto a esses filh@s da mãe que tentam lixar outros, a todos eles desejo que encontrem paz e amor dentro deles. Para mim desejo distância de todos eles!

domingo, 14 de maio de 2017

Quando a vida te dá limões...

Faz uma limonada...

Esta é uma daquelas expressões que nos incentiva a ver o lado positivo das coisas. 
Quando coisas más acontecem deve-se sempre ver o lado bom da coisa é uma destas verdades de La Palice.  

Mas o que fazer, como é o meu caso, quando não se gosta de limonada? 
Mesmo que se junte potes de mel e toneladas de açúcar?  Ela irá continuar ácida. 

Para esta expressão resultar comigo proponho a seguinte alteração:  
"Se a vida te dar cacau puro ou chocolate negro... faz uma mousse ou um salame."
 Percebo que esta sugestão não entra no ouvido como a primeira, mas esta é também uma forma de aproveitar os limões, fazendo malabarismo com eles, ora rindo, ora gritando com eles, ora atirando-os para o ar.  

Às vezes, quer por acidente, quer por azar, ou por outra explicação qualquer, a vida oferece-nos trabalho adicional, e quando não se está desocupada arranjar tempo extra é um enorme desafio. 
Ora já não bastava falarmos deste luxo, o ter tempo, quanto mais multiplicá-lo....
Mas ainda assim, há que arranjar tempo para acumular mais tarefas e também para redireccionar o tempo que tínhamos para o nosso lazer, para apoiar, para substituir, para cumprir. 

Como considero que arranjar tempo para nós próprios não é para todos, acho que é sábio parar para reflectir. O tempo que gastamos connosco é para mim uma necessidade básica, um bem inestimável  que não deve, e não pode, desaparecer. Tempo para investir em nós, no nosso auto-conhecimento.  

Assim e no meio destes limões que recebi, e apesar de não gostar de limonada, aproveito-os para fins diferentes. Com as raspas faço um bolo e com a casca inteira faço um chá.
Preparo e levo o bolo ao forno. Aqueço a água para o chá. E enquanto o bolo e o chá arrefecem, sem dar por isso, aparece sempre alguém que nos faz companhia e nos estimula o paladar. E nesses momentos aprendo a lidar com aquele sabor.

E no meio de tudo isto descubro que nunca estou sozinha, principalmente quando se trata de limões, há sempre quem esteja atento. E este é também um dos maiores bens da vida. 

Lá diz o sábio Sérgio Godinho: "é que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há".   


segunda-feira, 1 de maio de 2017

No cars go...

A desfrutar do meu prazer de ouvir música, mas desta vez sentada e a ouvir Arcade fire. 
A deambular entre pensamentos e a pensar no presente. 

Estou feliz com a minha nova casa, muito feliz! Gosto das rotinas que crio neste lugar, que tudo tem. 

( Agora a ouvir Edward Sharpe & The Magnetic Zeros, música Home)

Comprar pão na padaria. Comprar pasteis de massa tenra no Frutas Almeidas, flores na Romeira. Visitas a livrarias, que as há para todos os gostos. Gelados no jardim. 

Descer até ao Campo Pequeno, é bonito sempre, faça chuva ou faça sol. Tão perto da Choupana onde me perco naqueles croissants.

Caminhar, perder-me e voltar a encontrar-me. 

(Agora a ouvir Future Islands: Balance)

Uns posts atrás falei da insatisfação dos meus vizinhos com a nossa chegada, afinal estava enganada, são simpáticos e gostam de crianças. 
Seguram a porta para eu entrar e sorriem bastante. 
Estou a dever um pedido de desculpas e um bolo ;))

 (Agora a ouvir White Stripes: I just don't know what to do with myself)


Escrevo no meio de imensas chamadas de atenção da M., mas estou perto da janela onde o sol entra e ilumina e esqueço-me de tudo, que sou mãe e que devia atender aos seus pedidos, mas não quero. 
Quero ouvir Ornatos Violeta até ao fim. 
Quero escrever até o sol desaparecer. Quero saborear esta cerveja até ao fim, sem pressa. 

Depois de um fim-de-semana onde os verbos sentar e descansar não foram conjugados, quero eternizar este momento nem que seja por 20 minutos. 

Porque é que os dias são tão longos? 
Porque é que o cansaço toma conta de mim? 
Porque me lamento? Com tanta coisa boa a acontecer e pela qual estou grata? 

( The Ramones: Blitzkrieg Bop)


Onde fica esse lugar onde me posso refugiar? 
O que fazer para ganhar controlo da minha vida? 

Acabei de tomar consciência que não será tão cedo, já que o M. não sai de cima de mim porque quer o "Hey, let´s go", sem parar e in repeat, e com a mão no meu umbigo, e a M. que não pára de dançar à minha frente e que me pede para rodar com ela... 

São horas de fazer o jantar e sim "Hey, ho let's go".

Lá vou para a cozinha entre pensamentos sobre o suicídio entre escritores... e agradecer por não pertencer a esse grupo de pessoas que gostam de escrever...