quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

…e agora algo completamente diferente…

Há quem diga que não pensa. Amigas que me confessaram que a prática de ioga as fez mais espirituais e que agora conseguem abstrair-se completamente da realidade.
Fico desconfiada e quando elas passam mais de três dias sem falar comigo telefono-lhes, não vá alguma delas ter levitado sabe-se lá para onde, ou até ter morrido, ou ter sido devorada pelos lobos da Alsácia. Acho que este tipo de morte pode acontecer a qualquer um, perguntem a Bridget Jones, e ela com certeza confirmará esta resposta.
Continuando com esta ideia que cria alguma estranheza, a possibilidade de não pensar. Ainda outro dia um amigo de um amigo, (não, não fui eu) disse que ia sendo atropelado, e qual era a causa? “É pá não pensei em nada”, respondeu ele quando confrontado com as questões que ponham em causa a sua sanidade mental.
A partir destas duas experiências de pessoas que defendem que é possível não pensar e aquelas que colocam a sua vida em risco quando não o fazem, criei uma espécie de terceira experiência, a minha.
Ora vejamos, aqueles que defendem que é possível não pensar, são aqueles que quando confrontados com o cobrador de fraque, ou com uma multa do ministério das finanças, ou com os juros de uma qualquer prestação que não pagaram defendem-se com o típico: “não pensei”.
Não pensei, é sinónimo de achava que podia escapar e não me tinha apercebido que podia ser apanhado.
Existem ainda aqueles que respondem ao interrogatório: em que pensas? Ou qual a tua opinião sobre esse assunto? O que achaste da X?
A resposta é: não pensei, não reparei...
E depois quando acontecem acidentes como o quase morrer atropelado, o esquecer as únicas chaves de casa em casa e descobrir isso quando está na rua, o perder o passe, o chocar no carro da frente… “eh pá, não sei onde tinha a cabeça”. Eu explico a cabeça está lá, e o pensamento também, mas os olhos podem estar no gigante spot publicitário da Triumph, com a Claúdia Vieira, ou os pensamentos na imagem das pernas da Sónia da contabilidade naquelas legs felinas tão provocantes, ou a imagem daquele sorriso do informático, que diz constantemente: “ Eu gostava de, um dia destes, lhe formatar o disco rígido!” Afinal o que é que ele quer dizer com isso…e trash dá-se o choque com a realidade! 
Em suma, não pensar é possível, mas não pensar em nada valerá a pena? Ou não pensar em algumas coisas é o mais seguro?

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