sexta-feira, 12 de julho de 2013

não chegou...

Quando se perde algo irrecuperável, mesmo depois de muito tempo passar, um sentimento, umas vezes de culpa, outras vezes de zanga, outras de incompreensão cerca-nos. Ainda outras vezes os sentimentos são de resignação. Surgem explicações: “que foi pelo melhor”, “a natureza a falar”, “que era inevitável”. E quando as perdas aumentam mais raros se tornam os momentos de paz.

Somos levados a aceitar que nada nos pertence, nada é eterno, o que fazemos da nossa vida e da vida de quem nos acompanha é tudo o que vamos tendo, sem ter.
São imagens, são momentos, são emoções, são recordações, são tudo e não são nada. Quando tudo deixa de ser palpável e físico, os esforços – de uma cabeça que trabalha- são orientados para manter as recordações presentes e inalteráveis.

Quando eu desaparecer o que ficará de mim?
Sem querer que me incomode, mas inquietando-me, o que ficará daqueles que me já me deram muito e que já cá não estão, o que será do pouco deles que vai sobrevivendo em pequenas partes de mim?

Quando assistimos a um acontecimento definitivo ou irreversível passamos a considerar o que fizemos e o que deixámos de fazer, uma parte de nós deixa de acreditar e outra parte quer acreditar mais. Acreditamos, temos fé, pedimos que não aconteça, que não se repita, mas acontece e repete-se. Então para que serviu a fé? Mas se não for a fé/esperança ao que é que nos podemos/devemos apegar?
Hoje estou assim, dentro de mim lutam a esperança e a desesperança.

Hoje é um daqueles dias que é difícil acreditar…

Sem comentários:

Enviar um comentário