Sou tão boa a dar conselhos, de
coisas básicas, (…penso eu…) que me esqueço de os levar em consideração.
Fui andar, dar a minha caminhada
debaixo de 40º, na Cidade Universitária, que é o mesmo que dizer: “walking on
sunshine”, ai e isto sem a modernice do ar condicionado, começa a custar.
Mas conhecendo-me como me
conheço, sou melhor a dar conselhos do que acatá-los, nada de mais poderia
acontecer… protegi-me contra os escaldões, levei água comigo e um telemóvel
para o caso de precisar avisar alguém, tipo INEM, ou até para, eventualmente, em
caso de roubo ter alguma coisa para dar.
Porém o principal motivo porque
levo o telemóvel é mesmo para ouvir música, mas hoje os fones lembraram-se de se
demitirem da sua função. Primeiro o fone da direita deixou de se ouvir, depois
o fone da orelha esquerda começou a fazer uns ruídos bastante incomodativos e
por fim morreram os dois e eu fiquei sem música. Pior que a ausência da música
é ouvir um barulho estranho acompanhado de uma sensação estranha nos pés, pois
bem, quando olhei para baixo, vi que as solas (dianteiras) do meu par de ténis
(com mais de 7 anos) estavam descoladas. Sem dinheiro, sem passe, sem música, entregue
ao calor, à sede e ao cansaço vim para casa. E cheguei a casa, muito vermelha. Depois de beber vários copos de água, saltei para a banheira, liguei a música – escolhi a lista aleatória- abri a torneira, e já há muito tempo que o chuveiro não me sabia tão bem: há quanto tempo não ouvia música durante o banho?
Porque é que deixamos de fazer
coisa que gostamos? Falta o tempo? Porque é que, invariavelmente, oiço dizer no
fim de relações “agora tenho mais tempo para mim”?
Há tantos porquês que podiam ser
feitos. Que raio um “acontecimento na vida pode nos obrigar “a mudar de vida”,
mas porque é que o nosso inconformismo diário não é suficiente?” Porque é que
nós não somos a força suficiente? Porque é que nos habituamos às correntes e
justificamos as nossas escolhas nessas correntes?
Curiosamente a lista aleatória de
músicas trouxe-me My Way de Frank
Sinatra, tenho outra metade de vida para viver, e sei mais hoje do que sabia
ontem, devo utilizar esse conhecimento cumulativo para fazer com que os meus
arrependimentos sejam poucos, mas válidos.
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