Vamos começar pelo princípio, já dizia Aldous Huxley, e
no princípio havia uma caldeira. Uma caldeira que funcionava. Que mantinha
quente uma enorme quantidade de água, através da eletricidade. Havia um
chuveiro que deixava cair a água à temperatura e pressão ideal. Nessa altura
tomar banho era um prazer, não havia oscilações de temperatura, não havia
surpresas.
Mas esses tempos acabaram. E no presente não há uma
caldeira. Há um esquentador. Há gás natural. Existe uma longa parede que separa
a cozinha, o local do esquentador, da casa de banho, local onde está a
banheira.
A água do banho oscila entre o muito frio e o muito
quente. A minha pergunta, já que gosto da temperatura da água sempre à mesma
temperatura, é: porque é que é assim?
Porque é que não fica morna. Porque é que é tão
susceptível? Porque é que a torneira não traz a água à temperatura ideal?
A minha relação com o banho está a ficar tensa. Ainda não
o evito, mas estou a perder pontos. A acrescentar que aquele chuveiro ou
esquentador (qual deles será?) não tem uma questão comigo. Sim, esta situação
não é pessoal. Durante os banhos da M. & do M. acontece a mesma coisa. Cada
um deles grita: “está muito quente” ou “está muito frio”. Eu tento o meu
melhor, mas uma pessoa perde a paciência, e fica frustrada porque está sempre a
perder ora para o frio, ora para o quente.
Não sei a quem pedir, mas a quem possa ler estas palavras
p.f. se conhecer alguém que perceba de oscilações de temperatura dê-lhe o meu
contato.
E como tudo o que me acontece me faz pensar, neste caso
sobre os chuveiros/esquentadores da nossa vida, pessoas que oscilam de
temperamento, um dia bem, outro dia mal. É cansativo. Vá lá pessoas não o façam. Não há
paciência, e é uma perda de tempo. Afinal a vida são dois dias e, eu pelo
menos, não quero perder um deles a pensar sobre o motivo pelo qual a
temperatura oscila.
Pode ser? Obrigada.
Pode ser? Obrigada.
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