terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

... don't walk away in silence...


Saio de casa e trauteio uma música que vive na minha cabeça.

Gosto de amanhecer com músicas na cabeça, melhor que uma música só mesmo uma oportunidade para rir.

Com uma agenda preenchida ando sempre a correr, às vezes esqueço-me de agradecer!

Quando me lembro que não agradeci ou que não me despedi já estou longe, longe da pessoa, do local. Antigamente era mais ligada nos pormenores, chamemos-lhe educação, as obrigações não permitem que se perca tempo com detalhes.

Sim, esta é a minha cabeça a pensar que a educação é um detalhe.

Outro dia pensava na expressão “as desculpas evitam-se” e pensava no seu significado.

Já evitamos quase tudo, para não perder tempo, mas com tantas mensagens contraditórias fico confusa.

Devo perder tempo com o que vale a pena? Então, mas o que é que vale a pena? E como é que se avalia o que não vale a pena?

Trabalho? Pessoas? Amigos? Família? Lazer? Saúde? Dinheiro? Prazer? Amor? Inveja? Religião? Serão sobrevalorizados ou subestimados?

A música que me acompanha não silencia este monólogo. As expressões das pessoas por quem passo na rua não me permitem sorrir.

Porque é que não posso esticar as pernas agora que estou sentada? Ah sim, percebi! A senhora loura da frente está com as suas longas pernas cruzadas a ocupar o espaço dela e o meu e não se desvia.

Talvez seja esta a motivação que tenho para evitar desculpas e perder tempo com pormenores, talvez seja a má-educação dos outros que me impele a levantar o som da música, na minha cabeça, e pensar que não vale a pena.

Aonde é que este mundo vai parar se todos deixarmo-nos de preocupar?

E esta música que me acompanha... “don't walk away in silence, don't walk away.”


Sem comentários:

Enviar um comentário