quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

... talvez amanhã...


Toda a força que tinha direcionei para o meu braço.
Esfregava aquela mancha vigorosamente.

A minha cabeça pensava sem parar, tanta energia empregue naquela mancha. Seria a sujidade da mancha ou a minha que me incomodava a ponto de não conseguir parar.
“Pessoas boas fazem coisas más”, “coisas más acontecem a boas pessoas” são frases que repito e utilizo para desculpar o que me é conveniente, para me desculpar.

Tenho que parar, já não há nada para retirar, não há nada de novo, não há nada de surpreendente.
A vida continua a acontecer através de estranhas formas.

Aparições de alegria, contentamento, satisfação, atropeladas por sofrimento, tristeza e desilusão.
Que ambiguidade!

Afinal a força que tinha também estava na minha cabeça, se calhar mais do que no braço.
Pobre braço, mão dorida de tanto uso em vão.
Pobre mente, que pensamentos tão soltos e vagos.

Quero mudar, quero mais, mas mais do que?
Quero que a vida aconteça, cheia de surpresas, que se manifeste nas suas ambivalências, mas que me deixe repleta de emoções e sentimentos, que me tornem uma melhor pessoa.

A mancha não desaparece, tal como o passado, mas o desgaste tornou-a mais pálida, tal como as recordações.
Talvez o amanhã seja melhor, talvez o amanhã marque o início de algo maior.

Boa noite! 

Sem comentários:

Enviar um comentário