Toda a força que tinha direcionei para o meu braço.
Esfregava aquela mancha vigorosamente.
A minha cabeça pensava sem parar, tanta energia empregue
naquela mancha. Seria a sujidade da mancha ou a minha que me incomodava a ponto
de não conseguir parar.
“Pessoas boas fazem coisas más”, “coisas más acontecem a
boas pessoas” são frases que repito e utilizo para desculpar o que me é
conveniente, para me desculpar.
Tenho que parar, já não há nada para retirar, não há nada de
novo, não há nada de surpreendente.
A vida continua a acontecer através de estranhas formas.
Aparições de alegria, contentamento, satisfação, atropeladas
por sofrimento, tristeza e desilusão.
Que ambiguidade!Afinal a força que tinha também estava na minha cabeça, se calhar mais do que no braço.
Pobre braço, mão dorida de tanto uso em vão.
Pobre mente, que pensamentos tão soltos e vagos.
Quero mudar, quero mais, mas mais do que?
Quero que a vida aconteça, cheia de surpresas, que se
manifeste nas suas ambivalências, mas que me deixe repleta de emoções e
sentimentos, que me tornem uma melhor pessoa.
A mancha não desaparece, tal como o passado, mas o desgaste
tornou-a mais pálida, tal como as recordações.
Talvez o amanhã seja melhor, talvez o amanhã marque o início
de algo maior.
Boa noite!
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