quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

estória 6: ... e viveram felizes para sempre...

A única questão presente, o que vestir? Qual era a mensagem que queria passar?

O nosso encontro tinha corrido tão bem!

Dois meses tinham passado desde que o vi pela primeira vez. Dois meses foi o tempo que levou para me convidar para sair.

A primeira vez que me convidou fiquei tão surpreendida que não consegui dizer que sim: “ah, hoje não posso, talvez outro dia”.

A semana passou e precisamente na 6ª feira, antes de sair, disse: “tens planos para esta noite?”

Não consegui mentir, eu queria aquele encontro, afinal, queria falar com ele longe do escritório, distante dos olhares de todos, descobrir qual a cor que ele mais gosta, o que ele ouve, queria saber tudo sobre ele desde o primeiro dia que o vi.

Jantámos, pela primeira vez senti o seu perfume, observei e senti as suas mãos sem medo de o fazer. Não havia ninguém para prestar contas, para responder a perguntas incómodas, ou às quais não sabia responder.

O coração batia aceleradamente, tudo era possível, a vida é perfeita porque existem estes momentos perfeitos.

Saímos daquele local e fomos até um bar, prolongar a noite, seduzir, revelarmo-nos. Pensava que tinha que fazer aquele momento durar porque estes sentimentos iniciais são uma explosão, uma descarga de energia. Acabámos por ir até um bar de um Hotel perto do restaurante onde tínhamos jantado.

Ele pediu um Dry Martini eu mantive-me fiel ao vinho. Não sei como aconteceu, nem como chegámos lá, mas claro está que acabámos num quarto daquele hotel.

 Acordámos, tomámos o pequeno-almoço juntos, ele recebeu uma chamada, beijou-me e despediu-se.

Não percebi o que tinha acontecido, mas percebi que a expressão da sua cara tinha mudado, ele ficou distante.

Acho que o nosso encontro tinha corrido bem, mas desde sábado de manhã que não sabia nada dele, embora ele estivesse por todo o lado durante aquele fim-de-semana, era tudo fruto da minha cabeça.

E hoje já é segunda-feira, daqui a pouco ia vê-lo, aquilo que iria vestir parecia-me muito importante.

Acabei por vestir um vestido justo e curto, afinal era essa a mensagem que eu queria que ele percebesse.

Quando cheguei os meus olhos não foram capazes de o encontrar de imediato, acabou por levar algum tempo, até o nosso olhar se cruzar. Quando isso aconteceu, ele sorriu e eu experimentei a sensação de um gelado num dia verão, às 13 horas. De seguida ele levantou os braços e esticou-os, cruzou os dedos atrás da cabeça e pela primeira vez vi na sua mão direita, no seu dedo anelar, uma aliança.

Novamente um padrão que se repetia…

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