O
nosso encontro tinha corrido tão bem!
Dois
meses tinham passado desde que o vi pela primeira vez. Dois meses foi o tempo
que levou para me convidar para sair.
A
primeira vez que me convidou fiquei tão surpreendida que não consegui dizer que
sim: “ah, hoje não posso, talvez outro dia”.
A
semana passou e precisamente na 6ª feira, antes de sair, disse: “tens planos
para esta noite?”
Não
consegui mentir, eu queria aquele encontro, afinal, queria falar com ele longe
do escritório, distante dos olhares de todos, descobrir qual a cor que ele mais
gosta, o que ele ouve, queria saber tudo sobre ele desde o primeiro dia que o
vi.
Jantámos,
pela primeira vez senti o seu perfume, observei e senti as suas mãos sem medo
de o fazer. Não havia ninguém para prestar contas, para responder a perguntas
incómodas, ou às quais não sabia responder.
O
coração batia aceleradamente, tudo era possível, a vida é perfeita porque
existem estes momentos perfeitos.
Saímos
daquele local e fomos até um bar, prolongar a noite, seduzir, revelarmo-nos.
Pensava que tinha que fazer aquele momento durar porque estes sentimentos
iniciais são uma explosão, uma descarga de energia. Acabámos por ir até um bar
de um Hotel perto do restaurante onde tínhamos jantado.
Ele
pediu um Dry Martini eu mantive-me fiel ao vinho. Não sei como aconteceu, nem
como chegámos lá, mas claro está que acabámos num quarto daquele hotel.
Acordámos, tomámos o pequeno-almoço juntos,
ele recebeu uma chamada, beijou-me e despediu-se.
Não
percebi o que tinha acontecido, mas percebi que a expressão da sua cara tinha
mudado, ele ficou distante.
Acho
que o nosso encontro tinha corrido bem, mas desde sábado de manhã que não sabia
nada dele, embora ele estivesse por todo o lado durante aquele fim-de-semana,
era tudo fruto da minha cabeça.
E
hoje já é segunda-feira, daqui a pouco ia vê-lo, aquilo que iria vestir
parecia-me muito importante.
Acabei
por vestir um vestido justo e curto, afinal era essa a mensagem que eu queria
que ele percebesse.
Quando
cheguei os meus olhos não foram capazes de o encontrar de imediato, acabou por
levar algum tempo, até o nosso olhar se cruzar. Quando isso aconteceu, ele
sorriu e eu experimentei a sensação de um gelado num dia verão, às 13 horas. De
seguida ele levantou os braços e esticou-os, cruzou os dedos atrás da cabeça e
pela primeira vez vi na sua mão direita, no seu dedo anelar, uma aliança.
Novamente
um padrão que se repetia…
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