segunda-feira, 29 de abril de 2013

I pick myself up, dust myself off, start all over again.(Musical: Swing time)


Se a vida fosse um musical uma das coisas garantidas seria a música.
Uma banda sonora espontânea aconteceria em diferentes momentos, marcando a acção. 

Se os musicais se inspiraram nas óperas, operetas, e em espetáculos de variedade facilmente identificamos o genéro do musical, se uma comédia, um drama, um romance ou um thriller.
Haveria um caminho delineado, talvez amigos para nos acompanharem, obstáculos para vencer, objectos mágicos para nos ajudarem, mas mais importante o mal teria um fim.

60 ou 90 minutos, no mínimo, de sofrimento  para depois tudo acabar bem!
Haveria uma lição a tirar, alguma moral para compreender, uma mensagem que ficaria, ou uma batida/melodia/ música que nos acompanharia.
Quando o mal acabasse, a recompensa se daria, um beijo, um abraço, uma frase “there’s no place like home”.

Esta “máquina” que nos leva a acreditar na magia ou na fantasia como parte integrante da vida porque somos susceptíveis ou precisamos de acreditar que ela existe?
Estas frases criadas que parecem fazer sentido. Queremos estar em casa e estar confortáveis dentro e fora dela, mas como conseguir alicerces que suportem furacões, que suportem as adversidades?

Faltando um chapéu-de-chuva mágico, uma família Von Trapp para salvar através da música, uma Hepburn com ou sem voz como Lady, uns pés acima da classe e a brilhantina no cabelo de Fred Astaire, acredito que todos estaríamos mais pobres, para o bem e para o mal.
Ainda temos que escolher a música para o momento, mas existem tantas músicas que não saem da nossa cabeça, mesmo o mais céptico saberá que quando chove há alguém que “canta”.
Se a vida fosse um musical, mesmo assim teríamos que aprender que a maior parte da vida andamos a apanhar pedaços de nós, a sacudir a poeira, e recomeçar vez após vez.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Por ali

Abri a minha mão e fechei-a de seguida, imaginei que estivesse a dar-te a mão enquanto caminhava para chegar a esse sítio.
Tu não estavas lá, mas parte de ti estava, pensar assim conforta-me.
Outro dia falava contigo, e as respostas eram de alguém sábio, não de alguém que tentava subjugar ou controlar.
Acho que compreendo agora o medo de perder, de libertar, de entregar, de confiar, de esperar porque nem sempre corre como se espera.
Mas não se pode viver com medo, isso não é viver, isso não é amor.
Olho para este futuro e não quero repetir o passado, para neste presente e futuro ser capaz de amar, tornar-me para esse futuro uma pessoa com respostas sábias, um abrigo.
Quero aprender a ficar calada, a entender o silêncio e quando é o momento adequado para...

Quando não conseguir, quero ter força para tentar no momento seguinte, para fracassar e novamente tentar, até ser possível.
Quero viver esse futuro!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Banalidades...

Uma manhã como outra qualquer.
Um acontecimento banal que não teria importância se não fosse recorrente.
Todos gostam de ensinar, todos tem opinião por eles e por outros, incluo-me nesse grupo, mas com algumas diferenças, à espera do julgamento alheio, salvaguardo a situação: “na minha opinião”, “já fiz assim”, “não poderá ser porque…” , ou mesmo “eu faço assim porque …”, ou “logo que possa…”.
No seguimento daquilo a que me vou habituando, à companhia do ser humano, conveniente ou inconveniente, respiro fundo e penso que somos medidos pelo todo.
Mas, tal como Durkheim, penso na “consciência colectiva” e quero aceitar que “as partes não são iguais ao todo” portanto há que dar o benefício da dúvida às acções e palavras de um e de todos.
Assim, nem todos somos malandros e nem todos somos os perfeitos.
Esse equilíbrio, esse bom senso…
Um acontecimento banal que poderia passar despercebido se já não fosse um hábito de uma maioria.
Não quero fazer parte da maioria e não acho que a minoria tenha que viver entre a arrogância e a falta de empatia, e juízo, em alguns casos.
 Há coisas que nunca irão mudar, mas falar sobre elas ajuda-nos a refletir sobre nós e na forma como vivemos e tratamos “o outro”.

segunda-feira, 8 de abril de 2013


Esta certeza do nada. Este medo domesticado. Pequenos avanços e rápidos recuos.

Um dia bem outro em crise.

Recorda-se quando dói menos e esquece-se quando não se pode fazer nada para evitar.

Quem quer viver na cabeça dos outros?
Quem quer estar sempre impecável e dizer sempre o apropriado?

Alcançar a sabedoria plena? Ou viver para a adequado?

Que importa acumular? O que se leva?
Importa preocupar-se? Importa o que se deixa?

 
Dói, diz aquela criança depois de cair e esfolar o joelho: “dói muito, mãe”.
Responde a mãe: “vais ver que isso não dói nada”

Dá-lhe mais tempo e mais vida!

 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

um exercício de existência

Existe um princípio, existe um fim.
Nem sempre abrupto, nem sempre triste.
Às vezes porque é o melhor, outras vezes porque não se pode evitar.
E durante esse princípio e esse fim?
Fernando Pessoa escreveu:

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples.
Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."

Existem tantos lugares comuns que se repetem que são criados para nos deixarem mais optimistas. Mas a desilusão, a tristeza, o tédio, o desespero e outros tantos sentimentos que circunscrevem a vida dão-nos razões para querer mais ou menos, dão-nos razões para pensar.

São estas razões que se tornam questões, exercícios de aprendizagem de envelhecimento que nos acompanham.
Há um medo a pairar sobre as cabeças de todos os seres vivos, o medo de um fim, a forma e o contexto desse fim.

Até que esse fim resulte em esperança e em renascimento para aqueles que ficam, ou assistem há um tempo.
Esse tempo é o que nos leva do princípio ao fim, é esse tempo que temos que preencher com aquilo que realmente importa.

O exercício passa por considerar o que importa e não dar importância ao que não tem importância.
Há tanto para descobrir e sentir através e com os outros, que só pedimos mais tempo.
Tempo entre esse princípio e esse fim.   

Tempo para sermos e vivermos mais!