sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ai, ai...

Às voltas com novas rotinas e novos horários, ainda sem conseguir definir nada tenho convivido com novas ( para mim, velhas para quem repara mais do eu) realidades.

Tenho como hábito sempre que páro, ou espero pelo próximo meio de transporte colocar a cara e os olhos num livro que trago comigo. Enquanto leio não gosto de ouvir música porque a música que "dou a mim própria" distrai-me do significado das palavras. Assim enquanto leio palavras, que fazem frases, que compõem parágrafos e que trazem histórias não consigo evitar de ouvir sons.

Esta semana, mais do que noutra semana, tenho ouvido tantos suspiros. Levanto a cabeça e vejo a espontaneidade do cansaço em som, a tristeza dos olhares, o cansaço dos corpos em ombros descaídos de tanta carga que carregam. Abraço esse sofrimento e esse cansaço, trago-o comigo e despejo-o aqui.

Que vida esta que levamos! Que bem fazemos, ou mal que levamos, que possa aliviar ou pesar mais nas pessoas que nos rodeiam.

De outro lado temos a euforia da juventude, a felicidade "imediata" de quem gosta de trajar de negro e que está feliz, com toda a legitimidade. Ou a felicidade da juventude que é assim porque é assim, porque faz parte.

E entre estes dois opostos sento-me e penso no equilíbrio, e para ser honesta gostaria de estar sentada no lado da juventude, todos os dias, mas boa parte dos dias estou sentada ao lado do cansaço, sem suspirar, mas sem conseguir levantar a cabeça.

Como será que o o outro me vê?

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Intuição

O 7º sentido, a intuição, arrepios, “qualquer coisa”, algo interior que nos alerta perante determinada situação ou pessoa.

“Devia ter percebido que havia qualquer coisa” é como se estivéssemos numa vida paralela e o alter-ego nos avisasse “tem cuidado”.
Mas nos dias de hoje temos que ser práticos e acima de tudo senão acreditarmos nas pessoas vamos acreditar em quem? Em quem vamos depositar a confiança? Ou seguimos certo caminho porque devemos arriscar.
Sobretudo, calamos essa “pessoa” ou “voz” que sussurra qualquer coisa e não nos acautelamos.  

Pode o céu estar carregado de nuvens escuras, o vento soprar frio e relâmpagos surgirem no horizonte, mas o site da meteorologia diz que não vai chover porque é que devemos desconfiar dessa certeza, da ciência?

Porque nos deixamos ir?

Existe uma inteligência emocional, porque nem tudo se explica, talvez porque uma índole selvagem é intrínseca ao ser humano e como os animais temos instinto de sobrevivência só que nos deixamos domesticar por todas os convénios “sociais” que nos circunscrevem.
Talvez porque às vezes precisamos muito de acreditar, mesmo quando já não há nada em que acreditar.
Outras vezes não conseguimos passar da defesa ao ataque. 

Se calhar está na altura de ficar em silêncio e ouvir essa voz interior, de dar uso à intuição e esperar que o tempo seja nosso aliado e que nos diga, no seu tempo, onde está a razão. Porém, e mais importante, a meu ver, é que enquanto o tempo levou o seu tempo para revelar o uso da intuição protegeu-nos.
A minha intuição diz-me que eu percebo o que escrevo, mas talvez mais ninguém o compreenda, mas faz-me sentido respeitar e perceber o que ela me vem dizendo ao longo destes anos.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Vamos à luta!


Esta está a ser uma daquelas semanas que não consigo ver o menos mau, ou o menos feio.
Parece que tudo aquilo que preenche a maior parte do dia é um jogo de faz de conta.
Até podia parecer que os anos da secundária já lá vão, que o prestígio já não passa por estar à frente do pavilhão, ou vestir as calças Levi’s 501. É cada vez mais óbvio, para mim, que mudam-se os tempos e os nomes, mas tudo está relacionado e mantém-se igual.
Contínuo percebo a bipolaridade, o autismo e a esquizofrenia social.
Os esquemas, a mesquinhice e o “diz que disse”, mas também já percebi que fazem parte da vida, e o seu papel na vida de cada um é importante na medida que se dá importância.
Não consigo evitar de pensar que para estar bem tenho que conseguir dormir, e só o consigo fazer se estiver bem comigo própria, com os meus valores, com os meus desejos e até com alguns caprichos, sim porque acho que os mimos são importantes.
A meu ver certa postura mais rígida deve conviver, em harmonia quanto possível, com um lado mais selvagem, mais libertino, tanto quando possível, porque as nossas acções têm consequências, e as desculpas, às vezes, não chegam tão longe como a mágoa causada.
Em diferentes ocasiões da vida lembro-me do diálogo entre Richard Gere e Julia Roberts em Pretty Woman quando ele lhe pergunta como é que ela se tornou prostituta, e ela responde qualquer coisa como: “dizem-te tantas vezes que não tens valor que tu começas a acreditar nisso”.
Palavras e acções involuntárias podem ter diversas consequências, umas vezes podem ser o motivo para desencadear uma luta, outras vezes para desistir, mas para mim, e acho que para todos aqueles que gostam de viver, não há nada que dê mais prazer do que viver a vida de modo a que essas vozes da inveja, da maledicência e da ignorância assistam às conquistas.