Às voltas com novas rotinas e novos horários, ainda sem conseguir definir nada tenho convivido com novas ( para mim, velhas para quem repara mais do eu) realidades.
Tenho como hábito sempre que páro, ou espero pelo próximo meio de transporte colocar a cara e os olhos num livro que trago comigo. Enquanto leio não gosto de ouvir música porque a música que "dou a mim própria" distrai-me do significado das palavras. Assim enquanto leio palavras, que fazem frases, que compõem parágrafos e que trazem histórias não consigo evitar de ouvir sons.
Esta semana, mais do que noutra semana, tenho ouvido tantos suspiros. Levanto a cabeça e vejo a espontaneidade do cansaço em som, a tristeza dos olhares, o cansaço dos corpos em ombros descaídos de tanta carga que carregam. Abraço esse sofrimento e esse cansaço, trago-o comigo e despejo-o aqui.
Que vida esta que levamos! Que bem fazemos, ou mal que levamos, que possa aliviar ou pesar mais nas pessoas que nos rodeiam.
De outro lado temos a euforia da juventude, a felicidade "imediata" de quem gosta de trajar de negro e que está feliz, com toda a legitimidade. Ou a felicidade da juventude que é assim porque é assim, porque faz parte.
E entre estes dois opostos sento-me e penso no equilíbrio, e para ser honesta gostaria de estar sentada no lado da juventude, todos os dias, mas boa parte dos dias estou sentada ao lado do cansaço, sem suspirar, mas sem conseguir levantar a cabeça.
Como será que o o outro me vê?
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