Também me parece que muitas vezes repetimos interiormente
coisas como “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”, “não é ou foi o
tempo certo”, “ tudo a seu tempo”, “ o tempo é o melhor conselheiro” , “o tempo
passou a correr”, etc..
Gastamos palavras por um lado, mas não podemos gastar tempo,
esse é um luxo. Ter tempo é um luxo!
Mas também se diz que cada um é dono do seu tempo, da sua
opinião, da sua vontade, então fico sem perceber porque passo tanto tempo onde
não quero, a fazer o que não quero, com quem não quero, e sem dizer tudo o que
penso?!
Lá está porque sou paga para me comportar assim e, como
dizem alguns, “ nos dias que correm”, isso é uma sorte.
Sorte e azar, dependendo do momento, é que o tempo é uma
realidade incontornável que preenchemos, e às vezes outros preenchem ou tentam
ocupar por nós.
O calendário diz que hoje é dia 31 de Outubro e que amanhã é
dia 1 de Novembro, e que depois virá o fim-de-semana. Que daqui a meia dúzia de
dias a Y fará anos, e que daqui a tantos meses a X será mãe. E se por um
lado o calendário relembra os dias da semana e do ano, os acontecimentos da
vida distinguem os dias, uns dos outros, pelo bem e pelo mal. Porque a vida
está a acontecer.
Chateia-me um pouco que se apele à liberdade pessoal, que se
defenda que cada um pode ser o que quiser e quando quiser, porém quando se assume
essa vontade é se chamado a atenção porque hoje não é/era o dia!
Afinal estamos rodeados de regras, imposições, algumas bem
definidas, outras que colocamos em nós, e ainda outras que deixamos que
inventem para nós. O que fazer? Carpe
diem era o lema de um filme, certo?
Simplificar pode ser? Pode?
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